Parlamentares entrevistados pelo Notícias na Paraíba nesta sexta-feira (28) destacam que a proximidade de Gleisi Hoffmann com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi um dos fatores decisivos na escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência.
Essa pasta é crucial para a articulação do governo com o Congresso e inclui a coordenação da interação do Executivo com organizações da sociedade civil.
De acordo com os parlamentares, a nomeação envolveu um acordo que incluiu a indicação de Lindbergh Farias (PT-RJ) para a liderança do PT, a nomeação de Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde e a possível escolha de Isnaldo Bulhões (MDB-AL) para a liderança do governo na Câmara, ainda pendente.
A presidente do PT desempenhou um papel fundamental no apoio a Motta na eleição para a Casa, colaborando com Lindbergh e Isnaldo na decisão.
Eles são vistos como os principais arquitetos intelectuais da candidatura de Motta, ao lado do ex-presidente Arthur Lira (PP-AL). Isnaldo chegou a considerar sua própria candidatura à presidência, mas retirou-se em apoio a Motta.
Esse arranjo demonstra que a relação com o Legislativo não será exclusivamente conduzida por Gleisi, apesar das críticas de alguns colegas por sua falta de interação com os “deputados da base” e por ser considerada excessivamente identificada com o PT.
Além disso, o controle da Saúde permanecerá com o PT, especialmente em um momento de liberação de emendas parlamentares, enquanto o partido mantém a liderança na pasta (SRI), responsável pelo diálogo e articulação com os movimentos sociais.
Fortalecida
Apesar das críticas sobre sua defesa vigorosa das agendas do partido, parlamentares acreditam que Gleisi será uma ministra mais influente do que seu antecessor na pasta.
Padilha foi visto como um ministro “fraco” pelos parlamentares, sem autoridade suficiente para cumprir as promessas feitas aos parlamentares.
Os parlamentares destacam que Gleisi tem uma relação mais próxima com Lula e assume o cargo com maior empoderamento.