Dia da Vacina BCG reforça importância da proteção contra formas graves da tuberculose

Nesta terça-feira (1º) é celebrado o Dia da Vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), data que destaca a importância de um dos primeiros imunizantes administrados nos bebês ainda na maternidade. Aplicada preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida, a BCG protege contra formas graves da tuberculose, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar, que podem ser especialmente perigosas em bebês e crianças pequenas.
A vacina é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é conhecida pela marquinha característica que deixa no braço, de até um centímetro, visível por toda a vida. Na Rede Municipal de Saúde, o imunizante — aplicado em dose única — está disponível em maternidades públicas, Policlínicas Municipais e no Centro Municipal de Imunização, por meio de agendamento. Para as maternidades privadas, equipes da Central de Imunobiológicos atuam de forma itinerante, garantindo que os bebês já saiam do hospital protegidos.
Não é necessário nenhum cuidado especial antes da vacinação, e a reação local, com formação de cicatriz, é esperada, não sendo indicado o uso de produtos, medicamentos ou curativos. Desde 2019, não é mais recomendada a revacinação de crianças que não apresentem a cicatriz da BCG, segundo o Ministério da Saúde.
“Essa primeira vacina é fundamental para a proteção do recém-nascido, por isso é, preferencialmente, administrada ainda na maternidade”, ressaltou Fernando Virgolino, chefe da Seção de Imunização da Prefeitura de João Pessoa. “Nos hospitais públicos há salas de vacinação para aplicação da BCG e da hepatite B. Já nas maternidades privadas, contamos com equipes itinerantes, garantindo que o bebê receba essa proteção ainda no hospital. Caso não seja vacinado na maternidade, há os serviços de referência para atendimento com agendamento”, acrescentou.
Quem deve receber a BCG?
Em crianças, a tuberculose ocorre com mais frequência em menores de cinco anos — especialmente as com menos de dois anos — grupo mais vulnerável a formas graves da doença, associadas a alta mortalidade. Pessoas com condições que enfraquecem o sistema imunológico, como infecção por HIV, também têm risco maior de desenvolver tuberculose.
Atualmente, a BCG é indicada desde o nascimento até antes de a criança completar cinco anos (4 anos, 11 meses e 29 dias), além de ser recomendada para contatos intradomiciliares de pacientes com hanseníase. “Essa prevenção é essencial para evitar as formas mais graves da tuberculose”, reforçou Virgolino.
Famílias conscientes da importância
A pequena Maria Alice, com apenas 13 dias de nascida, foi levada pela mãe Erika de Fátima ao Centro de Imunização para iniciar o esquema de proteção do calendário vacinal. “É uma vacina muito importante para protegê-la. O chorinho da bebê parte o coração da gente, mas é por uma causa muito maior”, contou Erika.
A mãe Tainara Gomes também levou o pequeno Azaf Benício, de 22 dias, para tomar a vacina. “Estávamos ansiosas para começar o esquema vacinal, principalmente porque sabemos que assim ele fica protegido. É uma picadinha que dói neles, mas dói nas mamães também”, comentou.
Cobertura vacinal da BCG
De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), o Brasil atingiu em 2024 uma cobertura vacinal de 95,91% para a BCG. Em 2025, até março, o índice nacional está em 88,17%. Em João Pessoa, a cobertura foi de 89,15% em 2024, com 9.260 doses aplicadas. Já em 2025, até março, foram administradas 2.978 doses, alcançando 79,74% de cobertura.
Sobre a tuberculose
A tuberculose é causada por uma bactéria transmitida por gotículas expelidas em tosse, espirros ou saliva. Ao serem inaladas, as bactérias se alojam nos pulmões, podendo se espalhar pela corrente sanguínea para rins, coluna e cérebro.
Aproximadamente um terço da população mundial é infectada, mas sem sintomas (infecção latente). Cerca de 10% dessas pessoas podem desenvolver a doença durante a vida, tornando-se transmissoras.
Os sintomas clássicos incluem tosse persistente por mais de três semanas, presença de sangue ou catarro na tosse, dor no peito, febre moderada, sudorese noturna, fraqueza, perda de apetite e de peso.

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